Olá...
Vou fazer um post aqui bem interessante sobre alguns dos cordofones utilizados na música da renascença e do período barroco, nosso primeiro colega a ser apresentado será o alaúde!
Boa leitura a todos!
Seu nome vem do árabe al´ud, que quer dizer ¨madeira¨ e que naturalmente diz respeito a matéria de que é feito o instrumento e, ao mesmo tempo, denuncia sua origem. Vários tipos de alaúdes eram usados nas antigas civilizações Egípcia, Hitita, Grega, Romana, Búlgara, Gandaresa, Turca, Chinesa e Armênia Siciliana, porém, o alaúde só atingiu a sua forma familiar no início do século VII, na Pérsia, Arménia, Bizâncio e no mundo Árabe. Na península Ibérica o alaúde já era conhecido desde o século VIII, quando os árabes a invadiram, e nela se instalaram até por volta do século XV. Mas ao resto da Europa o instrumento só chegou a partir do século XII, levado pelos cruzados que regressavam.
Unknown (Masteer of the Fmale Half-Length Portraits) Three Ladies Making Music 1530-60
Os alaúdes medievais eram instrumentos de
quatro a cinco cordas, e era utilizada uma pena para palhetar. Haviam alaúdes em vários tamanhos, e no final do Renascimento, haviam sete tipos de tamanhos diferentes (até com grandes
cordas-baixo) documentados. A sua função principal, na Idade Média, era a de acompanhamento a canções e cantigas,
embora até 1.500 exista muito pouca música encontrada que seja diretamente
atribuída a este instrumento.Provavelmente a grande parte dos acompanhamentos
da Idade Média e do Pré-Renascimento eram improvisados, visto a lacuna de registos escritos
com este fim.
Orazio Gentileschi (Italian artist, 1563-1639) Lute player.
A Renascença e o período inicial do barroco ( séculos XV a XVII) foram a época áurea do alaúde na música européia. O cordame do alaúde-tipo compõem-se, a partir do século XV, de seis cordas duplas, que lhe dão sonoridade particularmente doce e contida, o que fazia dele o acompanhador ideal, a época da Renascença, para as declamações de poemas trovadorescos. Nas últimas décadas do século XV, de modo a poder executar a polifonia renascentista num único instrumento, os lutenistas gradualmente abandonaram o palhetar pelo uso dos dedos e o número de cordas cresceu de seis para cima. No século XVI, o alaúde tornou-se um grande instrumento solista, mas sem perder seu caráter de acompanhador.
Jan Hermansz van Bijlert (Dutch painter, c 1597–1671) Musical Company
No final do Renascimento o
número de cordas cresceu para dez e durante o Barroco prosseguiu o seu acrescento de cordas para quatorze,
chegando até ter dezenove cordas. Estes instrumentos, devido ao fato de muitas
vezes terem mais de trinta cordas (tomando as duplas como duas cordas),
precisaram que se alterasse a sua estrutura, inovando-a. No final da sua evolução,
o alaúde-harpa e
a teorba tinham grandes extensões de braço anexas ao cravelhame para
acrescentar um grande comprimento de ressonância as cordas graves, e visto que
os dedos da mão esquerda não têm extensão suficiente para ir além das quatorze
cordas, as cordas graves eram colocadas fora da parte trastejada e eram tocadas abertas, formando bordões.
Gerard Terborch (Dutch Baroque Era painter, 1617-1681) Woman Playing the Theorbo Lute and a Cavalier c 1658
O alaúde caiu em desuso depois de 1800 na
Europa ocidental, mas diversos tipos de alaúde sobrevivem em tradições musicais
no sudeste europeu, norte da África e Oriente Médio.
Mais algumas pinturas.....
Jan Hermansz van Bijlert (Dutch painter, c 1597–1671) The Concert 1630s
Jacob Ochtervelt (Dutch Baroque Era Painter, 1634-1682) The Music Lesson (with dog)
Gerard Terborch (Dutch Baroque Era painter, 1617-1681) Woman Making Music
E para finalizar, alguns exemplos em vídeos:
Até mais! : D
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